quarta-feira, 27 de março de 2013

A Simbologia


         O uso de símbolos de poder não foi deixado de lado na política nazista. Quando pensamos nesse regime logo nos vem à mente aquilo que seria a expressão mais ferrenha de sua propaganda: a Suástica.
         A simbologia nazista era utilizada como forma de legitimar poder do regime, de forma que esses signos foram empregados antigamente e posteriormente adaptados a um novo tempo e espaço.
         Em um primeiro momento Hitler precisava criar a imagem do homem forte no poder
... O que importava era a ação, não qualquer programa político devidamente estabelecido e sistematicamente aplicado. O que importava era o mito orientador para dar energia a essa ação, e o melhor de todos os mitos era o que identificava o adversário, um inimigo contra o qual as massas se reuniram. Finalmente, Hitler adotou o conceito fascista de homem forte, uma comunidade chefiada por um líder carismático, apontado não por voto majoritário, mas pelos misteriosos mecanismos do destino. Ele traduziu Il Duce, o condutor, pelo terno pelo qual era conhecido Mussolini, para o alemão: o Führer, o condutor... (DWORK, JAN VAN PELT. 2002 p. 86)
         Depois de feita a figura em que o povo podia confiar, foram escolhidas as insígnias que regeriam o imaginário da população, imagens que seriam o rosto do nazismo que, até hoje, são repugnadas, como no caso da suástica, em que sua utilização recria a sensação de horror da época.
... O simbolismo e os rituais políticos nazistas- o ousado desenho da suástica, os uniformes e saudações adotados dos fascistas, os desfiles copiados dos militares, as concentrações de massa tomada do mundo dos esportes- tudo isso oferecia aos alemães de muitas origens um senso de unidade, ardor e propósito. Nenhum outro partido tinha esse apelo popular; cada um atraia apenas um setor da sociedade... (DWORK, JAN VAN PELT. 2002 p. 90)
         Com sua estratégia política formada, o grande apelo popular, os nazistas chegaram ao poder, colocando em prática sua política de terror. Os signos demonstram muito mais do que a política deixava transparecer, sentidos antigos que muitas vezes foram suprimidos pela política.

A águia.

Filmes sobre o Holocausto





 O termo Holocausto é usado como referência ao genocídio perpetrado a grupos politicamente indesejados e pormenorizados pelo regime nazista de Adolf Hitler. Por anos, durante a segunda guerra, foram exterminados não apenas judeus, mas também homossexuais, comunistas, sindicalistas, ciganos, eslavos, deficientes motores, deficientes mentais, testemunhas de jeová, mórmons, etc.

Se por hora o cinema foi censurado e usado como forma de manipulação de massa na Alemanha Nazista, hoje, não se pode negar a importância do cinema como forma de denúncia, discussão e crítica ao ideal segregacionista do regime. Até por isso existe um claro lobby da indústria em premiar e reconhecer filmes sobre o tema.

Os filmes retratam diferentes visões do regime nazista, uns dando mais enfoque a questão política do regime, outros ao sofrimento passado pelos grupos segregados. Como o blog tem enfoque na propaganda nazista como forma de manipulação de massa, recomendamos fortemente que assistam ao filme "A Onda", pois nele são mostrados alguns comandos de manipulação  também usados no nazismo.


A Lista de Schindler: grande projeto pessoal do cineasta judeu-americano Steven Spielberg. O filme foi feito em preto e branco, apenas com detalhes coloridos. A inusitada história de Oskar Schindler (Liam Neeson), um sujeito oportunista, sedutor, "armador", simpático, comerciante no mercado negro, mas, acima de tudo, um homem que se relacionava muito bem com o regime nazista, tanto que era membro do próprio Partido Nazista (o que não o impediu de ser preso algumas vezes, mas sempre o libertavam rapidamente, em razão dos seus contatos). No entanto, apesar dos seus defeitos, ele amava o ser humano e assim fez o impossível, a ponto de perder a sua fortuna, mas conseguir salvar mais de mil judeus dos campos de concentração.


Goebbels e os fundamentos da propaganda nazista


Joseph Paul Goebbels nasceu em 29 de outubro de 1897 em Rheydt, na Alemanha. Ele era além de profundo admirador de Hitler, um fanático pelo poder e acabou se tornando o ministro da propaganda nazista. Durante a época da faculdade já se podia perceber um nacionalismo exacerbado que fora então intensificado pelo resultado da Primeira Guerra Mundial. Foi na faculdade que o mesmo foi apresentado às ideias comunistas/socialistas. Em 1924 fez amizade com nacional-socialistas. Após ser reconhecido como bom orador que era foi feito administrador do distrito do Partido Alemão Nacional Socialista (NSDAP) de Trabalhadores em Elberfeld e editor de um magazine nacional socialista quinzenal.

Do período de 1926 até 1933 Goebbels tem papel fundamental para construção do poder nazista em Berlim. Em 1928 Hitler inclusive o nomeou como o diretor de propaganda do partido. Foi ele o responsável pela criação do mito do “Führer” (líder, dirigente) ao redor da pessoa de Adolf Hitler e a instituir o ritual das celebrações e demonstrações do partido, o que teve um papel decisivo para converter as massas ao Nacional Socialismo.


quinta-feira, 21 de março de 2013

A Propaganda Política Nazista

"A propaganda política busca imbuir o povo, como um todo, com uma doutrina... A propaganda para o público em geral funciona a partir do ponto de vista de uma ideia, e o prepara para quando da vitória daquela opinião". Adolf Hitler escreveu tais palavras em 1926, em seu livro Mein Kampf , no qual defendia o uso de propaganda política para disseminar seu ideal de Nacional Socialismo que compreendia o racismo, o antissemitismo e o anti bolchevismo.

Após a chegada do nazismo ao poder em 1933, Hitler estabeleceu o Ministério do Reich para Esclarecimento Popular e Propaganda, encabeçado por Joseph Goebbels. O objetivo do Ministério era garantir que a mensagem nazista fosse transmitida com sucesso através da arte, da música, do teatro, de filmes, livros, estações de rádio, materiais escolares e imprensa.

Existiam várias audiências para receber e assumir as propagandas nazistas. Os alemães eram constantemente relembrados de suas lutas contra inimigos estrangeiros, e de uma pretensa subversão judaica. No período que antecedeu a criação das medidas executivas e leis contra os judeus, as campanhas de propaganda criaram uma atmosfera tolerante para com os atos de violência contra os judeus, particularmente em 1935, antes das Leis Raciais de Nuremberg, e em 1938, após a Kristallnacht, quando do fluxo constante de legislação antissemita sobre os judeus na economia. A propaganda também incentivou a passividade e a aceitação das medidas iminentes contra os judeus, uma vez que o governo nazista interferia e "restabelecia a ordem" (derrubada pela derrota alemã na 1ª Guerra Mundial).

A propaganda nazista também preparava o povo para uma guerra, insistindo em uma perseguição, real ou imaginária, contra as populações étnicas alemãs que viviam em países do leste europeu em antigos territórios germânicos conquistados após a Primeira Guerra Mundial. Estas propagandas procuravam gerar lealdade política e uma “consciência racial” entre as populações de etnia alemã que viviam no leste europeu, em especial Polônia e Tchecoslováquia. Outro objetivo da propaganda nazista era o de mostrar a uma audiência internacional, em especial as grandes potências europeias, que a Alemanha estava fazendo demandas justas e compreensíveis sobre suas demandas territoriais.

Após a Alemanha ter quebrado o Pacto Ribentrof, que havia assinado, e invadido a União Soviética, a propaganda nazista passou a dirigir-se aos civis dentro do estado alemão, e aos soldados e policiais alemães que serviam nos territórios ocupados, bem como a seus auxiliares não-alemães, inventando um elo entre o comunismo soviético e o judaísmo europeu, e apresentando a Alemanha como defensora da cultura "ocidental" contra a ameaça "Bolchevique". Esta propaganda também mostrava uma imagem apocalíptica do que aconteceria caso os soviéticos ganhassem a Guerra e foi aumentada após a derrota catastrófica da Alemanha em Stalingrado, Rússia, em fevereiro de 1943. Este enredo serviu como instrumento para persuadir os alemães, nazistas ou não, além de colaboracionistas estrangeiros, a lutarem até o final.

O cinema, em particular, teve um papel importante na disseminação das ideias do antissemitismo racial, da superioridade do poder militar alemão e da essência malévola de seus inimigos, como eram definidos pela ideologia nazista. Os filmes nazistas retratavam os judeus como seres "sub-humanos" que se infiltraram na sociedade ariana; em 1940, por exemplo, o filme de 1940, “O Eterno”, dirigido por Fritz Hippler, que retratava os judeus como parasitas culturais ambulantes, consumidos pelo sexo e pelo amor ao dinheiro. Alguns filmes, como “O Triunfo da Vontade”, de 1935, de Leni Riefenstahl, exaltava Hitler e o movimento Nacional Socialista. Duas outras obras de Leni, “O Festival das Nações” e “Festa da Beleza” (1938), mostraram os Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, promovendo o orgulho nacional com o sucesso do regime nazista naqueles Jogos.

Link para assistir “O Triunfo da Vontade”: 

Jornais alemães, principalmente o Der Stürmer, O Tufão, publicavam caricaturas antissemitas para descrever os judeus. Depois que os alemães deflagraram a Segunda Guerra Mundial com a invasão da Polônia, em setembro de 1939, o regime nazista utilizou propagandas para causar a impressão de que os judeus não eram apenas sub-humanos, mas que eram também perigosos inimigos do Reich alemão. O regime buscava obter o apoio, ou o consentimento tácito, da população alemã para as políticas que tinham como objetivo a remoção permanente dos judeus das áreas onde viviam alemães.

Durante a implementação da chamada Solução Final, i.e., o extermínio em massa de judeus, os soldados das SS nos campos de extermínio forçavam suas vítimas a apresentar uma fachada de normalidade em ocasiões em que vinham visitas ou em que tiravam fotos e filmavam os campos, chegando ao ponto de obrigar os que iam para as câmaras de gás a enviar cartões-postais para amigos e parentes dizendo que estavam sendo bem tratados e que viviam em excelentes condições, criando assim a fachada de tranquilidade necessária para deportá-los da Alemanha, e dos países por ela ocupados, da forma menos tumultuada possível. As autoridades dos campos usavam a propaganda para acobertar as atrocidades e o extermínio em massa que praticavam.

Em junho de 1944, a Polícia de Segurança alemã permitiu que uma equipe da Cruz Vermelha Internacional inspecionasse o campo-gueto de Theresienstadt, localizado no Protetorado de Boêmia e Moravia (hoje República Tcheca). As SS e a policia estabeleceram Theresienstadt, em novembro de 1941, como um instrumento de propaganda para consumo doméstico no Reich alemão. O campo-gueto era usado como uma explicação para os alemães que ficavam intrigados com a deportação de judeus alemães e austríacos de idade avançada, de veteranos de guerra incapacitados, ou artistas e músicos locais famosos para "trabalharem" "no leste".

Na preparação para a visita de 1944, o gueto passou por um processo de "embelezamento". Depois da inspeção, as autoridades das SS no Protetorado produziram um filme usando os residentes do gueto para demonstrar o tratamento benevolente, que os "moradores" judeus de Theresienstadt recebiam. Quando o filme foi finalizado, as autoridades das SS deportaram a maioria do "elenco" para o campo de extermínio Auschwitz-Birkenau.

O regime nazista até o final utilizou a propaganda de forma efetiva para mobilizar a população alemã no apoio à sua guerra de conquistas. A propaganda era também essencial para dar a motivação àqueles que executavam os extermínios em massa de judeus e de outras vítimas do regime nazista. Também serviu para assegurar o consentimento de milhões de pessoas a permanecerem como espectadoras frente à perseguição racial e ao extermínio em massa de que eram testemunhas indiretas.

Além disso, Hitler também se utilizou do Cristianismo para construir sua imagem de líder salvador, era comum ver panfletos que faziam alusão à imagem de Jesus. Como por exemplo, temos o panfleto que mostra o jovem Hitler pregando para seus discípulos, com o sugestivo título “No princípio era o verbo”.


Outro panfleto faz alusão ao batismo de Jesus, onde a águia nazista desce dos céus sobre Hitler.


O Estado se apoderou de todos os meios de comunicação (rádio, impressos e cinema). Era incentivada a distribuição de aparelhos de rádio e promovia-se a doação ou vendas a preço reduzido. O ministro da propaganda nazista Joseph Goebbels obrigou a estabelecimentos como restaurantes, e lugares públicos a possuir um aparelho de rádio. Durante o período de trabalho sempre se fazia necessário ouvir os discursos de seu nobre líder.

Referências

Enciclopédia do Holocausto. A Propaganda Política Nazista. Disponível em:
http://www.ushmm.org/wlc/ptbr/article.php?ModuleId=10005202.
Acessado em março de 2013.

O Nazismo

Esse tópico visa, de forma mais objetiva e simplificada, à contextualização temporal, política e econômica do mundo em especial na Alemanha, onde surgiu o movimento antissemita conhecido como Nazismo.

Com o final da 1ª Guerra Mundial, o Kaiser Guilherme II abdicou do poder fugindo para a Holanda. Com a derrota, a Alemanha caiu em uma profunda crise econômica (a inflação chegava a 30.000% a.m.). Com esse contexto foi proclamada a República de Weimar, que substituiu o II Reich.

Em Munique (1919) foi fundado o partido totalitário de nome Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (ou Partido Operário Alemão, ou ainda Partido Nazista). Sua definição é de regimes totalitários (tudo para o Estado/tudo em nome do Estado), no qual, um único chefe, idolatrado pelo povo, centraliza o poder nas mãos e o exerce de forma ditatorial.

Várias das características do Nazismo se assemelhavam a do Fascismo, entre elas se podem citar: o nacionalismo extremado, o expansionismo ligado ao militarismo, o uso exagerado da propaganda para manipular as massas, o combate ao socialismo e o liberalismo e pregava um Capitalismo de Estado, no qual havia a propriedade privada e a intervenção do Estado na economia. Apesar de extremamente parecidos, esses regimes têm uma distinção fundamental: o racismo pregado pelos nazistas com base na superioridade da raça ariana, indo-européia.

Em 1933, Hitler obtém a vitória nas eleições parlamentares e chefia o gabinete, no poder ele dissolveu os partidos políticos, acabou com os sindicalismos e encheu os campos de concentração com os socialistas que eram perseguidos, assim como comunistas, homossexuais, ciganos, intelectuais e os judeus que mandava eliminar nas câmaras de gás.

Um dos artifícios usados por Hitler para dominação popular foi a SS que participou também de diversas campanhas militares como a invasão da França e da Rússia, seu principal comandante foi Heinrich Himmler.

A SS, através do seu braço de inteligência, as Sicherheitsdienst (SD), foram encarregadas de encontrar judeus, ciganos, homossexuais, comunistas e qualquer outra etnia ou culturas condenadas pelos Nazistas por serem considerados subumanos ou terem oposição ao regime, sendo deportados para os campos de concentração. Hitler se tornou um dos principais arquitetos do Holocausto, usando elementos míticos e uma opinião fanática na ideologia racista nazista para justificar o homicídio em massa e o genocídio de milhões de vitimas.

A partir da morte do presidente Hindenburg, Hitler acumulou o cargo de presidente e chanceler, iniciando sua trajetória rumo à formação do Terceiro Reich. O poder foi centralizado na figura do Füher (Hitler), os membros do partido nazista ocuparam todos os postos na administração pública e grandes manifestações nazi passaram a acontecer nas grandes cidades alemãs. O processo de concentração econômica através da formação de grandes corporações e cartéis foi estimulado pelo novo governo.

A principio, o partido obteve apoio de classes como a burguesia e pessoas assustadas com a crise do país, como os agricultores, estudantes universitários, os milhões de desempregados, ex-trabalhadores não especializados e ex-funcionários de escritórios que buscavam esperança.

Ao instalar o III Reich, Hitler e o partido nazista eliminaram seus opositores, iniciando a conquista militar do ‘espaço vital’, responsável direto pela eclosão da Segunda Guerra Mundial (1939-45).


Referências:

FARIA, E. M. Os signos por trás da ideologia: simbologia nazista. Artigo. Disponível em: http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=393. Acessado em março de 2013

BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício de historiador. Tradução de André Telles. Rio de Janeiro ; Jorge Zahar Editor: 2002.

CHEVALIER, Jean. GHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos. Tradução de Vera da Costa e Silva, Raul de Sá Barbosa, Angela Melim e Lúcia Melim. Rio de Janeiro; José Olympio Editora, 23ª edição, 2009.

DWORK, Debórah. JAN VAN PELT, Robert. Holocausto, uma história. Tradução de Marcos Santarrita. Imago Editora: 2002.